quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Um convento, um museu


A Igreja Conventual de Nossa Senhora dos Anjos, localizada no Largo de Santo Antônio, no centro da cidade, é um cartão postal dos mais conhecidos de Cabo Frio. 


Fundada em 1696 por franciscanos, a construção está assentada sobre um outeiro na base do Morro da Guia, próximo à ponte Feliciano Sodré, na margem direita do canal do Itajuru.


Desde 1982 a igreja abriga o Museu de Arte Religiosa e Tradicional de Cabo Frio


A igreja de Nossa Senhora dos Anjos é um dos monumentos mais importantes do período colonial na cidade, que conta com diversas construções do período.


O prédio, que foi tombado em 1957 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, chegou a ser interditado pelo Corpo de Bombeiros em conjunto com o Iphan, depois de um incêndio que comprometeu a segurança de seus visitantes, no início de 2012


Em outubro daquele ano ele foi reaberto, e no momento está novamente em obras de manutenção. Seu pequeno acervo, que não pode ser fotografado, é composto de imagens raras do barroco, feitas em terracota e madeira policromada nos séculos XVII e XVIII


O pátio interno do convento liga a nave aos aposentos dos religiosos. Hoje, sala de exposição e lojinha de lembranças ocupam esses espaços. 


No adro estão as sepulturas dos religiosos que serviram no convento.


O anjo guarda o descanso dos franciscanos que ali foram enterrados.


No topo do morro pode ser avistada de longe a Capela Nossa Senhora da Guia, que os franciscanos ergueram em meados do Século XVIII. Lá em cima há um mirante de onde se tem uma visão panorâmica da cidade. Vale a visita.


(Fotos e texto: Julio Cesar Cardoso de Barros)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A praia do presidente JK

A praia da Armação, em Búzios, começa para além da famosa Rua das Pedras, percorre toda a Orla Bardot e termina ao pé de um morro que a separa da Praia dos Ossos. Do lado esquerdo, junto à Praia do Canto, predominam os estabelecimentos e atrações para turistas. É o trecho mais badalado da cidade, onde ficam as grandes boates, os restaurantes, bares, galerias, lojas de grife e os grandes hotéis do Morro do Humaitá, cuja vista para o mar é uma grande atração.


Este é o presidente Juscelino Kubitschek, homenageado na orla da Armação com uma escultura.

 
Consta que JK, sempre bem acompanhado, ocupava uma suíte do casarão do século 18, que pertencia a seu ministro-chefe da Casa Civil, Osvaldo Penido, onde hoje funciona o restaurante Sollar Búzios.


No canto direito, ficam os bares e o comércio local, pequenas pousadas, casas de pescadores e moradores permanentes. No auge da temporada de verão a coisa ali fica um pouco barulhenta, mas ao longo do ano o cenário é de aconchego e tranquilidade.


Bares e restaurantes se espalham à beira mar. Outra característica do lugar são as construções antigas, erguidas nos primórdios da ocupação da península, nos tempos da caça à baleia, que já foi a base econômica da região. Dentre essas construções se destaca o casarão colonial que abriga hoje um restaurante, mas já hospedou um presidente.


 O casario colonial é preservado, guardando a lembrança daquela Búzios remota, produtora de óleo de baleia.


 Do lado do mar, assentada sobre a areia da praia, há apenas um casarão, transformado em hospedaria com um bom restaurante e pizzaria de carta italiana, onde não faltam vinhos razoáveis, a preços um pouco salgados.


Algumas construções antigas foram transformadas em casas de veraneio, outras resistem como moradia de buzianos.


O charme da arquitetura colonial preservada encanta os visitantes. Becos com calçamento pé-de-moleque ainda são encontrados no bairro.


Na Armação fica o pier de onde partem os barcos de passeio pela orla e aonde chegam as coloridas embarcações de pesca com sua carga de peixes frescos ou depois de descarregá-la em Cabo Frio. É uma impressionante variedade de tamanho, formato e cores das embarcações fundeadas na pequena baía.


Ponto de atracação de barcos de turismo e de trabalho, dali partem as escunas para passeios pela orla e até Arraial do Cabo e Cabo Frio.

Num pequeno estaleiro, barcos encostam para reparos


Embora pouco usada para banho, a ponta direita da Armação tem águas claras e areias permanentemente limpas, sem poluição visível, apesar do emporcalhamento que jovens veranistas mal educados promovem durante a noite, no auge da temporada.


Toda a Orla Bardot é ponto de atracação de barcos, mas na ala direita eles descansam em quantidade exuberante, tornando a cena irresistível para os fotógrafos profissionais ou amadores.


A rua calçada de paralelepípedos margeia a praia de uma ponta a outra e pode ser percorrida a pé facilmente.


Sob a sombra das amendoeiras, apreciar a vista do mar verde claro que se perde no horizonte não custa nada.


Mas poderiam cobrar entrada para um espetáculo tão belo. Esculturas dentro d'água homenageiam os que vivem do pescado.


Quando o sol começa a baixar, é hora de não mover o pé e continuar a curtir as belezas do lugar.


Fotogênica como toda a península, a Armação prolonga o show visual pelo final de tarde.


 Como todo entardecer buziano, na Armação a paisagem é relaxante. Sentar-se à mesa de um dos bares da orla ou num banco de frente para o mar, tomando uma taça de vinho ou uma cerveja e contemplar o pôr-do-sol é um programa e tanto.


 À noite, bares com música, restaurantes e lojas de lembranças ficam abertos até tarde. E a beleza dos barquinhos ancorados continua a fascinar.

 (Fotos e textos de Julio Cesar Cardoso de Barros)

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

As piscinas da Ponta da Lagoinha

Entre as praias da Ferradura e da Foca, em Búzios, localiza-se o parque da Ponta da Lagoinha, um pedaço de litoral de interesse geológico que atrai também os turistas. 


Por causa da beleza das piscinas que se formam quando as águas baixam e das formações rochosas de mais de 500 milhões de anos, o parque foi tombado pelo governo do estado do Rio, em 2003.


Seguindo pela via que margeia a praia da Ferradura se chega à entrada da trilha do parque.


O visual é exuberante à luz normalmente generosa do lugar.


A piscina se abre para a entrada da enseada da Foca. As águas calmas das piscinas contrastam com a agitação do mar.


Turistas aproveitam para tirar fotos e escalar as pedras que permitem uma bela vista do oceano.


Uma placa rústica informa tudo sobre o que o turista vai ver no lugar. O acesso é livre, mas é proibido fazer piquenique no local ou deixar qualquer tipo de lixo. 


Nos pontos mais elevados do parque, há fendas pelas quais respingam as águas do mar no choque com as rochas. São rochas ricas em ferro, magnésio, cálcio e outros minerais sólidos. São compostas ainda, entre outros minerais, de granada, cianita e quartzo. 


As rochas se apresentam em camadas paralelas numa inclinação de 20 graus, resultado de grande pressão sofrida a certa altura da história geológica do planeta. As formações são características das que existem no Himalaia. O fato científico conferiu ao local o apelido de Himalaia Brasileiro, que ao leigo soa um tanto quanto sem sentido.


As características morfológicas de milhões de anos sofrem modificação sob
 a ação das ondas e das marés que esculpem o granito.


À vegetação típica de litoral se somam espécies exclusivas da região, como o cacto de cabeça branca. 



Meio quilômetro de trilha de trânsito fácil permite que os turistas desfrutem da beleza natural do parque, independentemente de sua importância científica.

(Fotos e texto: Julio Cesar Cardoso de Barros)