quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Uma noite na Praia do Canto

Quem passeia pela badalada Rua das Pedras, no centro de Búzios, não vê a Praia do Canto, a mais central da cidade. 

Lojas, galerias, restaurantes e bares instalados na Rua das Pedras cobrem toda a orla.


E se o visitante quiser ver o mar terá de entrar por um dos becos ou corredores dos estabelecimentos que levam até lá. 

No meio da muvuca, onde jovens se amontoam em boates e creperias, a paisagem singela do Canto, com seus barquinhos coloridos, pode passar despercebida.

Pouca areia, ondas calmas, e um ar descansado destoa da frenética rua.

Localizada à esquerda do pier, a praia sofre a proximidade da área populosa, que provoca a poluição de suas águas. 


As galerias comerciais abrem varandas sobre a areia. Os turistas têm ali um posto de observação privilegiado.



Passagens calçadas de pedra, onde se instalam butiques, levam da Rua das Pedras às areias da Praia do Canto.

Outra alternativa são os corredores estreitos que permitem o acesso a restaurantes e à praia.

No mar, ancorados, os saveiros de turismo e barcos de pesca enfeitam as águas, numa cena comum às praias da cidade.


Apreciar o pôr-do-sol no Canto tomando uma bebida é um programa relaxante.

Quando escurece, o espetáculo continua. À direita, as luzes do pier e da Orla Bardot já estão acessas.

A noite cai sobre o paraíso. É agora que o contraste entre o agito da Rua das Pedras e a tranquilidade da praia do Canto fica mais evidente.

Mesmo quem já viu centenas de vezes não se cansa de apreciar o anoitecer nesse litoral privilegiado.


A areia e a calma do lugar convidam a ficar mais um pouco. Casais desfrutam da privacidade propiciada por trechos sem iluminação.


Nas noites quentes de verão, a fresca do mar é um alento para os veranistas. Mas quando o vento para, a melhor pedida é se instalar numa mesa e pedir uma bebida gelada.


Do salão de alguns restaurantes e bares do lugar é possível curtir o visual do Canto no conforto do ar condicionado.


Esta é a paisagem que se vê do lado de fora. O tradicional quadro de marinha que encantava Pancetti.


Mas o melhor do Canto é poder tirar os sapatos e ocupar uma mesinha ao lado da vegetação, com a areia sob os pés e o céu por cobertura.

(Fotos e texto: Julio Cesar Cardoso de Barros)

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Brava, mesmo

O casal argentino, todo arrumado, parecia melhor preparado para um chá da tarde à beira da piscina. Mas depois de observar o mar por um bom tempo e notar que um banhista enfrentava com certa desenvoltura as ondas vigorosas, resolve também se aventurar nas águas. Tiram os roupões e de mãos dadas, altivos, dão alguns passos mar a dentro, para logo depois, com a água pela cintura, levar um tremendo caixote. 

Depois de rolar de pernas para o ar, os visitantes se levantam com dificuldade dentro da correnteza que puxa para o fundo e procuram fugir rapidamente daquele inferno de sal e espuma. A cena retrata bem o que é a banda esquerda da Praia Brava, uma das mais perigosas de Búzios. 

Pequena, irritada, ela combina colunas pesadas de água com uma correnteza que quase sempre puxa para fora. Quem não teme seu marulho são os surfistas, que encontram nela algumas das melhores ondas da cidade.

Localizada na face direita da península, quase no seu extremo, a Brava se esconde ao pé de um morro alto no qual estão instalados hotéis, bares e restaurantes, alguns muito bons. A faixa de areia é estreita, razão pela qual a maioria dos turistas prefere se encarrapitar no morro e apreciar a paisagem sem se aventurar no mar. Apesar dos hotéis e restaurantes, a praia não pode ser habitada. Trata-se de uma Área de Proteção Ambiental onde é proibida a construção de moradias.


O acesso se dá pelo alto do morro, onde o turista é recebido pelos primeiros bares.

Vistas de cima, suas ondas não parecem oferecer grande risco aos banhistas desavisados, que têm uma opção mais segura para se banhar. No canto direito da praia a maré é mais tranquila. 

Para chegar lá é preciso cruzar um pequeno obstáculo de pedras, de fácil acesso na maré baixa. Ali há uma trilha liga a Brava à Olho de Boi, a praia de nudismo da cidade. 

Tomar uns coquetéis à sombra do quiosque com a vista ampla para admirar é boa alternativa para quem não quer molhar os pés.

Quem está habituado com mares temperamentais não sofre muito para furar ondas por lá.

A vegetação é farta nos morros e de certa forma pitoresca, com os cactos nativos.


O declive do terreno não impede a distribuição de mesas pelos espaços livres.


Por todo o morro, há nichos confortáveis em posição privilegiada para a contemplação do cenário.

Festivais de comida são frequentes, com chefs convidados cuidando do cardápio.

O paisagismo é bem cuidado, em harmonia com a natureza.

O banho de sol da turista só é perturbado pela subida da maré. 

Maré que pode cobrir toda a areia e até as primeiras lajes, expulsando os banhistas morro acima. 

Na Brava, se você é expulso da areia pela maré cheia, pode aproveitar para se esbaldar na barraca de ostras vivas. A maré ali é alta mas mansa, sem o tumulto das multidões que enchem as outras praias. Imperdível.

(Fotos e texto: Julio Cesar Cardoso de Barros)

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Os tubarões e João Fernandinho

Localizada no extremo norte da península de Búzios, João Fernandinho é uma praia pequena de águas calmas. É charmosa, tem um serviço razoável, boa comida de praia, sossego, um visual muito bonito, tudo sem a farofa da vizinha, João Fernandes. A praia é um bom ponto de partida para o mergulho livre junto ao costão. A fauna marinha é rica, que vai dos peixinhos coloridos aos tubarões touro, também conhecidos como cação-mangona. O risco de acidente com banhistas e mergulhadores é pequeno, mas me garantem que existe. Já para quem se banha na praia, junto à areia, seria remotíssimo.


Costumávamos acessá-la a nado, partindo de João Fernandes, contornando a pedra escarpada que divide as praias. Nunca vimos tubarão ou tivemos notícia deles. Mas, no começo de 2011, o Corpo de Bombeiros do Rio fez um alerta para os riscos de banho no mar em toda a península, depois que pescadores avistaram uma dúzia de tubarões próximos à costa. Cinco acabaram presos nas redes, o que preocupou a população. No mesmo ano, foi noticiado em jornais e sites que um praticante de windsurf teria sido mordido por um tubarão branco nas águas de Búzios. Os especialistas acreditam que esses perigosos habitantes dos mares se concentram na região devido ao fenômeno da ressurgência, que faz aflorar massas de águas frias das camadas mais profundas, ricas em nutrientes e responsáveis pela atração de toda uma cadeia de vida.  


O acesso a nado à praia de João Fernandinho, a partir de João Fernandes, fica assim sujeito ao possível risco. Mas pode-se chegar lá com segurança pelas trilhas. Uma delas pelo meio do mato, junto ao mar, e outra por uma escadinha de madeira e pedras partindo da estrada que leva ao Mirante, no alto do morro.


A escada é íngreme, mas segura, e pode ser percorrida num instante. Ela corta a mata e substitui uma antiga trilha bastante rústica e perigosa. Quem está hospedado no centro, sem carro, deve ir de ácqua-táxi, ao custo de 8 a 12 reais por pessoa. É um passeio gostoso, rápido e permite contemplar a costa leste da península, um belo trecho de litoral. 


Quem chega de carro faz melhor negócio descendo a escada a partir da estrada. No fim da escada, o vislumbre de um palmo de areia dos mais preciosos do litoral fluminense.


Além de guarda-sóis à disposição dos banhistas, há a sombra das árvores.


Árvores, aliás, não faltam em Fernandinho. Ela está cercada de um verde exuberante, que protege do sol inclemente.


No alto do morro ficam os grandes hotéis de onde saem as hordas de turistas que se esparramam pela areia de João Fernandes, mas pouco incomodam os frequentadores de Fernandinho.


Os apetrechos de pesca informam que também aqui há homens do mar.


Cadeiras confortáveis são oferecidas aos clientes dos quiosques.


O mar calmo, de marolas, se presta bem ao stand up paddle.


Água de coco, peixe assado na brasa, e lagostas, que na temporada podem ser escolhidas vivas no aquário, são vendidos a preços razoáveis.


A vista do mar tranquilo e das ilhas em frente vale o investimento de um dia das férias.


De um a dez, nota nove vírgula noventa e nove para João Fernandinho.

(Fotos e texto: Julio Cesar Cardoso de Barros)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O terminal transatlântico

O canal de Cabo Frio (Itajuru) concentra boa parte das belezas da cidade. Ao longo do trecho percorrido por suas águas do centro até a boca da barra há um leque de cenários deslumbrantes e pontos agradáveis para se passar o tempo ocioso. Um desses pontos é o Terminal Transatlântico, que fica no trecho final do canal.


Localizado no bairro da Passagem, é por ele que desembarcam os turistas que chegam à cidade a bordo dos grandes transatlânticos ancorados ao largo.


Pequenas embarcações conduzem os turistas dos navios ao pier do terminal.


O espaço amplo tem uma vista panorâmica do canal, com uma infinidade de barquinhos coloridos que podem ser vistos por ali todos os dias.


O largo pier de madeira atrai turistas que, munidos de máquinas fotográficas de variados tamanhos, se fartam de fazer registros dos encantos do lugar. Em volta da construção estão ancorados barcos de lazer, de trabalho e embarcações esportivas. Das possantes lanchas aos pesqueiros mais rústicos.


Neste ponto, o canal se alarga bastante. Mas a vista da outra margem é nítida com suas boas construções, embarcadouros e oficinas de barcos.

À
 volta da construção, barquinhos de pescadores servem de poleiro para mergulhões famintos.


O pier é base também para o lazer aquático, muito praticado no canal ou no mar, a partir dele. Stand up paddle, caiaque e canoagem são praticados nas águas calmas do canal. Para os novidadeiros, aulas de canoa havaiana, uma atividade esportiva que vem ganhando muitos adeptos no Brasil.


Enquanto o pesqueiro parte para alto mar, lanchas de luxo descansam na marina do outro lado do Itajuru. Esta é a vista que se tem a partir das mesas do único - e bom - restaurante do lugar.


Cenário que pode ser desfrutado enquanto se aprecia as delícias da cozinha especializada em frutos do mar. Destaque da casa, o prato bem servido de lagostins, camarões gigantes, lulas e peixe grelhados pode ser saboreado por 55 reais.


Apesar do visual e do bom serviço, poucos turistas conhecem o local, que é ignorado ainda por boa parte dos moradores.


Lojinhas de roupa, lembranças, arte e artesanato também compõem o espaço.


Esculturas adornam os jardins da entrada do terminal. As peças homenageiam os homens do mar.



No mesmo jardim, há ainda um pequeno relógio de sol, cercado de seixos e grandes pedras, onde pequenos lagartos se aquecem.

As obras podem ser vistas da via pública, onde há muito espaço para o estacionamento de carros e vans. Bom lugar para comer e relaxar. Um passeio e tanto.

(Fotos e texto: Julio Cesar Cardoso de Barros)