Barra de São João, segundo distrito de Casimiro de Abreu, passou de um simples arruado à beira da rodovia Amaral Peixoto de décadas atrás a um centro bastante populoso do litoral norte fluminense. Seguindo o caminho de Rio das Ostras e Macaé, o lugar cresceu muito nos últimos tempos, talvez embalado pelos royalties do petróleo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1MT7YwWske1FbEjeV8tPqM4Wvxsb9_LWHBlCRZblXWvHeHWAz0AkDenn1W9n05MljGMLTpn4k0nNlVwcUbs5DvOsBxQkZ-i8RXfOXCuwjoK4huBSbaNWoWaqm8CHeW_Ro00OfAvPywJil/s640/P8120014.JPG)
Mas o lugar mantém seu charme, concentrado basicamente na região da foz do rio São João, onde fica a capela de São João Batista, construída sobre um outeiro à margem esquerda do rio, em 1847 a partir da velha capela do início do Século XVII.
O prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico. Numa pequena sepultura do adro descansa o poeta Casimiro de Abreu, o romântico que emprestou seu nome ao município.
Diferentemente de seus vizinhos, Barra de São João conservou o ar pacato, com ruas arborizadas e uma orla bem cuidada.
Nos quarteirões históricos, um casario preservado lembra os tempos coloniais.
Na orla, com seu calçadão, estão os 4 quilômetros de uma praia que se estende até Rio das Ostras.
Mas nem tudo é beleza e ar puro, no distrito. A poluição do rio São João é um problema histórico do lugar.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3-O2Nm220W9TQZJoH7hXmGEu20YiBMeh95DqMPPxkaaOn9qZPH-pu9V9ZrQwdllrhDIMP5phhhSAB7GPx5DQW70pVi4Vjcc4Ad_caGRYPac1tPSrEQo_GC7a5VIYERRmUodCU6JPOVhwD/s640/barco.png)
Nos anos 70, o fotógrafo Armando Rosário, preocupado com a poluição do rio, botou a boca no mundo. Sua luta, numa época na qual a ecologia ainda não estava na moda, é histórica. Passadas quase quatro décadas, a coisa mudou pouco, segundo antigos moradores.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3-O2Nm220W9TQZJoH7hXmGEu20YiBMeh95DqMPPxkaaOn9qZPH-pu9V9ZrQwdllrhDIMP5phhhSAB7GPx5DQW70pVi4Vjcc4Ad_caGRYPac1tPSrEQo_GC7a5VIYERRmUodCU6JPOVhwD/s640/barco.png)
Nos anos 70, o fotógrafo Armando Rosário, preocupado com a poluição do rio, botou a boca no mundo. Sua luta, numa época na qual a ecologia ainda não estava na moda, é histórica. Passadas quase quatro décadas, a coisa mudou pouco, segundo antigos moradores.
Pescadores amadores ainda lançam seus anzóis na barra, onde robalos e bagres são fisgados graças à troca das águas do rio com o mar.
Mas ainda há despejo de esgoto urbano sem tratamento ao longo dos 120 quilômetros do belo rio. Ele preserva a pureza na altura da Reserva Biológica Poço das Antas. Mas passado o trecho, as matas ciliares cederam lugar a plantações, facilitando a poluição por agrotóxicos.
Outro perigo para o curso d'água é representado pela vazão de afluentes poluídos, como o Canal do Medeiros, que provoca enchentes em Rio das Ostras e Casimiro de Abreu.
A paisagem, apesar de tudo, é deslumbrante. Para qualquer lado que se olhe, há uma exuberância natural rara de se encontrar.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5se7EJUTuX6X7TW4MgyC1IiApL0kJ8uQBpqzMRxN4TtcWgVi5aN0LG_jNUFU-ftyMpOXT4SkthAu7ce_WBvfvytiXFVm68OxVb50FAn4xAlyekqfeizphHf49YnXtQ_CnVXAmgfawHSnq/s640/P8120004.JPG)
O mar, o rio e a serra compõem um quadro de rara beleza. O São João segue seu curso, resistindo às agressões de uma ocupação humana desordenada e desenfreada.
Areia, pedras e vegetação enfeitam as margens do São João. Um esforço maior na penalização dos poluidores do rio e mais investimento no saneamento seriam medidas muito bem-vindas.
(Fotos e texto: Julio Cesar Cardoso de Barros)
Nenhum comentário:
Postar um comentário