Quem passa
pelo quilômetro 27 da Via Lagos, em Araruama, vê à direita um belo casarão de
traços neoclássicos muito preservado. É a antiga sede da Fazenda Aurora,
erguida em 1862 pelo português Francisco Pereira da Costa Vieira, onde está
instalado o Museu Arqueológico de Araruama.
Tombado
pelo instituto Estadual de Patrimônio Cultural, o prédio se tornou sede do museu em 2006 e é
mantido pela prefeitura de Araruama.
O MAA conta um pouco da história dos povos que viveram na região antes da descoberta
do Brasil. No município há 20 sítios arqueológicos onde foram localizados
objetos que pertenceram aos tupinambás.
Infelizmente,
por falta de estrutura adequada, o acervo de interesse arqueológico recolhido
na região está no Museu Nacional no Rio de Janeiro.
Mas há
visitas monitoradas, painéis e uma iconografia que ajuda os visitantes a
entender um pouco do passado desta terra. O museu supostamente
funciona de terça a domingo, inclusive feriados, das 9 às 17 horas, mas na
nossa visita, numa quarta-feira por volta das 11 horas, estava tudo às moscas. O prédio
fechado, nenhum aviso e ninguém para informar alguma coisa.
Se a
ausência do rico acervo e a casa fechada são uma decepção para quem tenta visitar
o MAA, a construção em si compensa. Além da casa grande, os anexos, armazéns, cavalariça etc, exibem o mesmo cuidado de restauração.
Nos fundos, jardins e a rampa do armazém.
Nos fundos, jardins e a rampa do armazém.
O casarão, erguido no auge do ciclo do café fluminense, é um registro imponente do
poderio dos barões rurais.
Instalado num terreno de cinco mil metros quadrados de área, a quatorze quilômetros do centro de Araruama, a construção de tímido estilo neoclássico no prédio principal, descamba para o singelo estilo colonial brasileiro nos prédios secundários.
O contraste é vísivel: à esquerda o janelão com vidros, um certo acabamento na alvenaria, eira e beira. À direita, a pobreza remanescente do colonial.
Janelas e portas de tábua corrida, sem bandeira ou vidro.
O conjunto, no entanto, tem uma beleza indiscutível. Não vimos o acervo, nem ao menos o interior do casarão. Mas a vista do conjunto, o velho pátio onde o café secava, o armazém, e a sede da Fazenda Aurora, como em seu momento de maior esplendor, valeram a pena.
De passagem rumo aos lagos, vale a parada.
(Fotos e texto: Julio Cesar Cardoso de Barros)